O pop eletrônico dos Pet Shop Boys e o estilo único de rock alternativo dos The Smashing Pumpkins deslumbraram os participantes do Cruïlla neste sábado, no último dia do festival, o mais concorrido.
Os dois grandes headliners internacionais actuaram perante um público dedicado que se fez sentir durante a última noite no Parc del Fòrum. Johnny Marr também mostrou sua força, acompanhando um público fiel com suas músicas. O ‘delírio’ de Oques Grasses e a dança de !!! CHK CHK CHK encerrará o festival após quatro dias de música, numa edição que tem sido a de maior sucesso, com 77 mil participantes, o número mais elevado até à data.
Grupos catalães como The Tyets, Marala ou Allergiques al Pol·len ocuparam o centro das atenções no início do dia. Mais tarde, foram os talentos internacionais que tomaram conta do Cruïlla, com atuações de Johnny Marr, Pet Shop Boys e The Smashing Pumpkins.
Marr tem refletido a sua força e paixão com uma atuação que teve momentos mais emocionantes e outros mais enérgicos, tudo para deslumbrar um público fiel que o aplaudiu em diversas ocasiões. O artista, ex-integrante de bandas icônicas como The Smiths ou The Pretenders, apresentou ‘Spirit Power: The Best Of Johnny Marr’, uma compilação de suas melhores músicas desses anos junto com alguns singles independentes e duas faixas inéditas. ‘Armatopia’, ‘Pânico’ ou ‘Gerar! Gerar!’ foram alguns dos sucessos que Marr tocou.
A dupla britânica Pet Shop Boys, uma lenda com quarenta anos de carreira musical e quinze discos, trouxe a Barcelona seu show ao vivo único sob o nome de ‘dreamworld’, um show cheio de sucessos como ‘West end girls’, ‘É um pecado’ ou o lendário ‘Sempre em minha mente’. Também houve músicas como ‘Loneliness’, de seu último álbum, ‘Nonethless’. Com um “boa noite Barcelona” no início do concerto, Neil Tennant e Chris Lowe têm colocado no bolso de um público que tem vibrado com músicas como ‘Where The Streets Have No Name’, ‘Don’t know what você quer’.
Logo após o término do show dos Pet Shop Boys, começou a apresentação dos The Smashing Pumpkins, também estrelas da noite com seu rock alternativo, no palco Occident. Com um estilo único que reúne melodias, o grupo nascido em Chicago abriu a apresentação com a icônica ‘The Everlasting Gaze’. A banda capitaneada por Billy Corgan apresentou no Cruïlla a mais recente representação do seu género particular: o novo álbum ‘Atum’. Os norte-americanos, que lançaram uma dezena de discos nos seus 35 anos de carreira, tocaram no Fórum, entre outras, algumas das músicas mais queridas pelos fãs e amantes do rock, como ‘1979’ e ‘Bullet With Butterfly Wings’.
Oques Grasses, headliners do Cruïlla 2024, fecharão o festival para apresentar seu novo trabalho ‘Fruit del deliri’, seu sexto álbum lançado há poucos meses, e oferecerão algumas interpretações de suas canções mais conhecidas. O último show da noite é o da banda de dança!!! (CHK CHK CHK), que fará o público dançar enquanto chora uma de suas músicas mais dançadas, ‘Dance Is The Best Revenge’.
Estrela catalã para começar o dia
As apresentações que abriram os shows de sábado tiveram destaque catalão. Entre os primeiros a jogar estiveram os grupos de Barcelona Ginestà e Allergiques al Pol·len. A ‘girl band’ do bairro de Gràcia subiu ao palco para defender o seu último álbum ‘Crits, cants, barrales’ e apresentou ao público canções como ‘Anestèsia total’ ou ‘Que sí, que no’. Vozes femininas também se fizeram ouvir no concerto de Marala, que se apresentou pela primeira vez no Cruïlla para apresentar o seu mais recente álbum premiado ‘Jota de Morir’!. O trio formado por Selma Bruna, Clara Fiol e Sandra Monfort dominou o palco e – vestidos com saias longas e tops vermelhos – transmitiram ao público seu peculiar ar místico.
Pelo contrário, quem já é veterano do festival são os Tyets. Nesta edição, a dupla de Mataró voltou a conquistar o público com a sua energia e sucessos como ‘Olivia’, ‘Bailoteo’ ou ‘Clar que t’he trona a faltar’, do álbum ‘Épic Solete’. Uma de suas músicas mais populares, ‘CotixCoti’, foi uma das últimas que tocaram. Como é habitual em todos os festivais, parte do público organizou-se em rodas para dançar ao ritmo da sardana.
O último dia do festival contou ainda com artistas como Aurora, Calexico, La La Love You, Peter Fox, Pole, Zetak, Xarim Aresté e Roba Estesa.
A Cruïlla com mais trânsito
O Festival Cruïlla encerra a edição deste ano com uma afluência de 77 mil pessoas, a maior até à data. Assim explicou o diretor do festival, Jordi Herreruela, ao fazer um balanço da edição deste ano. Herreruela afirmou que Cruïlla “acima de tudo é o seu público”. Um público diverso e plural, disse ele, está no centro de tudo o que é feito. O realizador sublinhou ainda o facto de “quase 100%” do público ser local e destacou que o festival é uma amostra da Barcelona “real” e não do “cartão postal”.
No entanto, Herreruela quis evitar reduzir o sucesso do festival a números. Nesse sentido, afirmou que a Encruzilhada é um ponto de encontro. “Quer ser um elemento coeso do ecossistema cultural de Barcelona e da Catalunha”, disse ele. Assim, sublinhou que o público é diversificado e plural e que o formato de várias noites com públicos diversos funciona “extraordinariamente bem”.